Um duplo deslocamento – descentralização dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmos – constitui uma “crise de identidade” para o indivíduo, esse será o ponto de partida do artigo. Essa “crise de identidade” é apenas uma das consequências do processo de globalização vivenciado pela humanidade desde o fim do século passado. Outra consequência é a nova divisão global do trabalho gerada pelas novas formas de organização e de produção econômica. O homem moderno perde, primeiramente, sua referência maior de existência: a nação. Depois, suas mentes perdem a capacidade de mapear a enorme rede global de comunicação descentrada. A partir dessas premissas, é possível analisar as causas da crise do trabalho tradicional, bem como tentar buscar soluções para tal – ambos os pontos se constituindo no foco do presente artigo. Utilizaremos a produção dos artigos de moda para visualizarmos que o processo de alienação humana começa com a divisão do trabalho na revolução industrial e passa por uma hiper aceleração através da globalização e do capitalismo multinacional, bem como o papel dos designers como agentes de transformação.