Práticas pedagógicas no ensino de Design: experimentando abordagens significativas

Na sexta feira 12 de março, às 15 horas, teve início a defesa da minha tese de doutorado Práticas pedagógicas no ensino de Design: experimentando abordagens significativas.
Eu (André Beltrão) estava calmo e feliz com tantos amigos presentes, colegas professores e alunos queridos, e tinha uma apresentação cheia de slides para mostrar.
A banca foi conduzida pela professoras Rita Couto, minha orientadora e querida professora que me ensinou a projetar há 30 anos, Flávia Nizia, coorientadora que aprendeu isso junto comigo e dividiu perrengues acadêmicos desde o início, Apparecida Mamede, que me ensinou muito do pouco que sei sobre Educação, Luiza Novaes, que me acompanhou em vários momentos desde a graduação, Eliana Formiga, que é uma referência sobre o que é ser professor e Ana Erthal, que me ensinou gamificação e a ter um olhar mais crítico sobre o ensinar.
Cabe dizer que na semana anterior, quando estava montando essa apresentação, tamanha era a tensão sobre o que deveria colocar, o que não colocar, que sonhei com isso. No sonho, saía uma voz da minha garrafa térmica criticando a tese e dizendo como deveriam ser os slides. Algumas sugestões da garrafa eram absurdas mas outras foram bastante sensatas e tratei de anotá-las quando acordei.
Meia hora pode parecer um tempo enorme mas é pouco tempo para falar de uma pesquisa que durou quatro anos. Síntese é a palavra. É preciso ser sintético, mas sem chegar ao ponto da abstração. Ao longo da pesquisa as coisas vão acontecendo ao mesmo tempo, sobrepostas, há retornos, retomadas, recomeços, mas é preciso enxergar um encadeamento lógico e reorganizar as informações numa narrativa linear.
Minha pesquisa deu continuidade ao que havia estudado no mestrado, adotei eu mesmo as sugestões de retomada da dissertação e mergulhei nas teorias de criatividade e de aprendizagem significativa. Foram dois experimentos deliciosos, a Cidade Submarina (na PUC) e o Estúdio Livre de Desenho (na ESPM) e no final eu terminei sem terminar, ou seja, terminei continuando já pelos novos caminhos que surgiram. Descobri que a pesquisa, quando entra na gente, nunca acaba.
Terminei fazendo quatro proposições pedagógicas, sugerindo seis desdobramentos para os experimentos realizados e apontando dois caminhos de continuação da pesquisa, por onde já ando me insinuando.
Esses quatro anos foram anos difíceis, principalmente o ultimo, com um ar do jogo Jumanji, irreal, em que a pandemia de Covid19 nos manteve presos em casa e em nós mesmos. Em algum momento pensei que não conseguiria terminar, deixei de escrever por mais de um semestre e a pesquisa quase saiu de mim, podia quase vê-la partindo, mas fui resgatado pela Rita. Doutorado comporta tempo suficiente para crises e para reconciliações, a vida acaba virando um campo de pesquisa.
Agradeço a todos, à PUC e a minha resiliência, depois desses quatro anos a banca teve um ar de casulo que se abre, ovo que se quebra, tampa que desenrosca, sol que nasce, sol que se põe, estouro da bombinha, suspiro.

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